Entenda (de uma vez por todas) o que a NR01 está pedindo.
A NR-01 está pedindo que as empresas consultem seus colaboradores para que eles mesmos, ajudem a organização, a reconhecer o que acontece dentro da empresa, e que afeta negativamente a performance profissional, a produtividade, a sensação de bem-estar e o sentimento de pertencimento.
A resposta dos colaboradores indicará as fontes, do que chamamos de riscos psicológicos.
Vale citar, que muitas empresas já vêm realizando esse trabalho, independente de exigências legais; através de diagnósticos e questionários periódicos. Fazendo perguntas simples aos seus funcionários através de aplicativos e outros métodos.
Conheço empresas que aplicam semanalmente esses questionários, com perguntas, tipo essas, que encontramos no formulário COPSOQ III, por exemplo:
- Os equipamentos que a empresa te forneceu, te ajudam a realizar com eficácia as suas tarefas? Esses equipamentos são eficientes? Estão em quantidade e configuração adequada?
- Você sente que há boa vontade dos demais setores da empresa em ajudar o seu departamento e o seu trabalho?
- Você tem abertura e fácil acesso a sua liderança?
- Sua liderança é respeitosa nos relacionamentos dentro da empresa?
- Suas tarefas, metas e prazos foram acertadas e acordadas em conjunto?
- O que você e a empresa poderiam fazer para termos um dia sem acidentes e aumentar a saúde e segurança física e psicológica das pessoas?
Pessoal, as perguntas acima, são apenas exemplos de questionamentos que algumas empresas que conheço, já realizam há anos, no sentido de buscar ter controle sobre os riscos psicológicos e o gerenciamento do clima organizacional, com o propósito de gerar um lugar mais salutar e seguro psicologicamente para todos.
Temos clientes que há anos já gerenciam os riscos psicológicos nos controles do SESMT e da CIPA; para eles a nova redação do PGR não é uma novidade. Nós mesmos da Metanóia estamos falando e ajudando empresas desde 2020 quando lançamos o nosso livro: O SEXTO RISCO – A gestão dos riscos psicossociais, Editora Nelpa.
Agora, precisamos reconhecer coletivamente, que os riscos psicossociais sempre existiram e estarão presentes nos ambientes de trabalho, afetando negativamente a performance e promovendo adoecimentos, se não forem tomadas medidas preventivas e protetivas. A sua empresa poderia ter mais resultados, se as pessoas não estivessem tão expostas a riscos desnecessários e sem controle.
Nesse exato momento, estamos com a grande oportunidade de tratar desse tema de forma universal e sinérgica, tomando as rédeas e o controle dos riscos psicossociais que tanto prejudicam empresas e pessoas.
Mas, o que temos visto ultimamente, são algumas organizações pedindo aos órgãos do governo que diga o que elas têm que fazer e como fazer. Não estou defendendo ninguém, mas os órgãos governamentais não estão dentro das empresas. O que esses órgãos sabem é o que os trabalhadores doentes ou adoecidos têm relatados para eles, através de órgãos da justiça do trabalho, delegacias regionais do trabalho e no ministério público. E estatisticamente, o que mais esses trabalhadores reclamam é que em geral as suas tarefas, processos ou relacionamentos dentro da empresa tem afetado em algum nível, sua qualidade de vida.
Se o problema está dentro da organização, ela (a organização) é quem tem que olhar para dentro, buscar entender o que está acontecendo na sua “casa”, contratar ajuda especializada; e não protelar ainda mais o problema, pedindo prorrogação de prazo da NR-01, ou exigindo diretrizes do governo para resolver algo específico da empresa, da sua cultura e dos seus processos de gestão, e que foi gerado pela falha de gerenciamento da cultura da empresa e de seus processos.
Não deveríamos adiar a resolução dos riscos psicossociais, deveríamos estar abraçando a oportunidade, no momento em que várias instituições também já estão fazendo o mesmo, e encarar com firmeza o problema, buscando entendê-lo e resolvê-lo. Afinal, os riscos psicossociais é um agente crônico e antigo. Agora, eu te pergunto, vamos adiar o diagnóstico e o tratamento por quanto tempo? Se já sabemos que o risco é grave e eminente para alguém.
Entenda, essa NR vai ajudar as empresas a serem ou a continuarem sendo reconhecidas como as MELHORES EMPRESAS PARA SE TRABALHAR. E são seus próprios funcionários que devem ajudar nisso: identificando os perigos e riscos e ajudando as lideranças; principalmente a liderança estratégica que não consegue visualizar com tanta clareza, os riscos para os negócios, para operação e para as pessoas que estão na ponta do processo; pelo simples fato de que, lideres sempre terão pontos cegos e portanto são dependentes e necessitados de uma gestão compartilhada e participativa, onde as pessoas precisam de liberdade e segurança para nos apontar aonde precisamos melhorar, tanto para elas quanto para nós líderes nas organizações.
Pense Nisso!
Maria Britto Jefres

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